O dia em que a Internet parou...

Grandes dias já foram registrados na história do mundo. Dias tristes, dias comemorativos e alguns trágicos. Me atrevo a dizer que depois dos eventos do dia 11 de setembro de 2011, das catástrofes naturais e falecimentos de importantes figuras políticas, um único dia vai ser realmente lembrado como o dia em que milhares de pessoas ao redor do planeta se mobilizaram, através da web para protestar, defender e acima de tudo acompanhar o andamento de projetos de lei capazes de alterar drasticamente a realidade virtual que conhecemos.

Talvez daqui a 10 anos, ou talvez menos, o dia 18 de janeiro de 2012 será um marco na história da luta por maior liberdade de expressão. Mas falando assim, imagina-se logo algo poético e utópico, mas o que os usuários dos grandes sites e redes sociais presenciaram ontem, foi algo bastante real e palpável. Como está sendo noticiado na mídia, transitam nos órgãos legisladores dos Estados Unidos dois projetos de lei um tanto controversos.

Batizados de Stop Online Piracy Act (SOPA) e Protect IP Act (PIPA), os projetos de lei antipirataria  dos norte-americanos foram a causa de protestos de vários sites e empresas de internet não só nos Estados Unidos. Calcula-se que aproximadamente sete mil websites paralisaram suas atividades na quarta-feira (18/01), seguindo o exemplo da versão inglesa do Wikipedia ou tiveram o seu design alterado para demonstrar sua posição contrária às leis, como fizeram os portais Google e Mozilla. 

O que se registrou nas redes sociais como Twitter e Tumblr foi uma intensa troca de informações acerca do andamento das votações, de ferramentas capazes de burlar as proibições e censuras que poderiam vir a ocorrer e principalmente correntes de protesto e abaixos assinados para impedir que a SOPA e PIPA fossem aprovados. Mas apesar do efeito positivo gerado pela gigantesca mobilização dos internautas, ambos os projetos de lei ainda sobrevivem, e ao que parece, seus relatores principais, o Deputado Lamar Smith, do estado do Texas e o senador Patrick Leahy ainda buscam apoio em outras frentes e até mesmo cogitam reformulações em suas propostas.

Pessoalmente, devo dizer que se até mesmo especialistas em tecnologia, que trabalham diretamente na administração do governo de Barack Obama criticaram a SOPA e a PIPA por sua rigidez e amplitude de restrição, já está mesmo na hora de formular uma política capaz de combater certas práticas ilegais que ocorrem na interntet, mas que não cerceie a liberdade de expressão e o compartilhamento de conteúdo lícito entre pessoas do mundo todo.

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