Sentindo a ira...

Pois é, pois é... O mundo está fervendo com a chegada iminente de Os Vingadores nos cinemas, mas hoje estou aqui para falar de um outro filme que está rendendo bastante assunto ultimamente. Ao contrário de Jogos Vorazes, que já foi matéria aqui no The Geekgasm e está recebendo elogios atrás de elogios, o post de hoje é dedicado aos deuses e monstros de Fúria dos Titãs 2.


Que me perdoe o tradutor, mas Ira dos Titãs, que deveria ter sido o título correto dessa sequência do Fúria de 2010, não fica devendo em nada aos filmes de ação do ano. Choveram críticas negativas ao filme logo no dia da estréia, críticas que giravam em torno do roteiro e da continuidade da história principalmente. Da minha parte, cheguei a ler um festival de comentários esculachando o fato de que a mitologia não foi seguida à risca, de que a mudança de atores foi péssima e tudo mais. 

E da minha parte devo dizer que o filme cumpriu perfeitamente, repito, perfeitamente aquilo ao que se propôs. Todo mundo sabe que é impossível fazer um filme ou escrever um livro, enfim, criar uma obra de ficção, nos nossos dias, que seja capaz de reproduzir a mitologia grega na época de ouro dos deuses. Mas se o espectador parar de reclamar um pouquinho, ajeitar os óculos 3D no rosto e prestar atenção à Ira, vai perceber que existem elementos da mitologia em todos os takes do filme.



É óbvio que em um ano lotado de super produções em todos os gêneros, Ira dos Titãs teria que ter o seu diferencial. É aqui que entra o elenco, que deu um banho de atuação em muitos outros filmes "tops de linha", mesmo sofrendo com os erros e acertos do roteiro e das loucuras nos efeitos especiais. 

Sam Worthington mostrou muito mais versatilidade como Perseu do que em sua primeira aparição no papel. O semideus de agora tem um filho de 10 anos e se vê obrigado a interferir na briga de deuses e titãs para impedir a destruição do mundo. Rosamund Pike deu vida nova à Andrômeda, papel que já foi de Alexa Davalos. A rainha guerreira de Argos se transforma muito mais numa versão terrena de Afrodite, mas que não perde a sua vulnerabilidade mortal. Liam Neeson, Ralph Fiennes e Danny Houston são um caso à parte em seus papéis celestias de Zeus, Hades e Posêidon, filhos que tentam impedir o pai Cronos de deixar o Tártaro.

No fim das contas, Ira dos Titãs é quase uma versão grega de A Grande Família. Mas sem todo aquele bom humor. Toby Kebbell e o veterano Bill Nighy te levam às gargalhadas com os seus papéis como Agenor, um semideus filho de Posêidon e Hefesto, filho de Zeus e deus banido do Olimpo, mas o argumento do filme se sustenta nos assuntos mal resolvidos entre pais e filhos. O Ares de Édgar Ramirez é um deus da guerra por excelência, e apesar de ser um estreante na franquia, fez do seu personagem a grande estrela dos deuses, mesmo sendo o vilão. (E que vilão, viu? Uh la la!). A tríade Perseu - Zeus - Ares movimenta o filme e é um atributo para chamar o público masculino, que adora uma boa cena de porrada e o público feminino, que adora um homem bonito!